sexta-feira, 4 de junho de 2010

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O viajante e o Jequitibá

Apresentação

Ao analisar o poeta suas idéias, rimas e as indagações do pensador. Percebem-se aspectos incomuns entre as inspirações de um e a visão científica do outro.

Por isso, através de textos poéticos, mas antes tudo de fundo científico, baseados nas aspirações que vivem e morrem, inspiram as nossas escolhas, mexem com os nossos costumes, nossos hábitos e às vezes são grandes como sonhos, outras se revelam pequenas e até mesquinhas. As aspirações podem se expressar nos mais diversos desejos: de comunicação, de realização, de liberdade.

Espera-se que com esta coletânea o leitor identifique-se nas entrelinhas destes exemplos e viaje como um viajante com seus passos incertos à procura do certo, eternamente descansando, à beira da estrada, na sombra do Jequitibá.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Tratado da Partilha









Era manhã de sexta, o executivo bancário já atendera mais uma centena de clientes. Naquele momento apesar das mais de 6 pessoas indagando-lhe ao mesmo tempo, o jovem anfitrião ainda não havia perdido a amistosidade de seu sorriso, gracioso e acolhedor. De repente um senhor aparentando 50 anos adentra o recinto e caminha firme em procurar do informante daquela manhã e em meio a tantas pessoas à procura de satisfazer suas perguntas comerciais, aproximasse do jovem e diz:




- Tenho três mi! E quero depositar.




Pois não senhor! Fique a vontade e dirija-se ao caixa para efetivar seu deposito.




- Não, ainda não. É que tem um problema.




Pode dizer.




- Minha conta é conjunta com minha esposa.




Não há problema nenhum senhor pode ser depositado.




- Quer dizer que se eu depositar, ela só tem direito a tirar a metade?




Não é assim. Ela também tem acesso à conta, assim como o senhor. Portanto, tem o direito de sacar, tanto quanto o saldo permitir.




Não pode! Não pode mermo. Ela só tem direito a metade das minhas coisa!




- Aqui não senhor. Quem faz acepção de pessoas é o fórum que fica ali ao lado. No banco clientes de conta conjunta tem o mesmo acesso e direito sobre a conta, assim como o titular é o dependente em relação aos saques.




Não pode! Insiste o homem.




Nesse instante, mais outras pessoas perguntam e quase não dar para entender o que querem, pois o senhor já está abusado e insistente em asegurar que a mulher não pode ter o direito de sacar todo o saldo da conta, mais se por ocasião tentasse obteria apenas metade.




- O INSS; minha conta está sem senha; meu cheque especial; quero um talão! Moço me ajuda eu quero...




Por favor, me dar licença! Quebra o silencio de minutos o jovem bancário: o senhor é casado há quanto tempo?




- faz mais de 30 anos por quê?




E ainda não deu tempo de confiar na esposa? Ai o senhor baixou o tom de voz:




- não moço! É que nós tem um fio danado, ai eu tenho medo que ele convença ela tirar o dinheiro todo.




Só faltava essa. Quer dizer que ela só tem direto à metade do filho? Sou mais novo que senhor mais vou lhe dar um conselho: Não tente amar mais que o possível, pois a partir deste momento você não será correspondido como esperado.




- É, acho que é melhor que eu abra uma popança só no meu nome. É isso que eu vou fazer.




Fique a vontade o setor de abertura de contas é à direita.







by: Marcino Alves Correia




segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O Viajante e o Jequitibá





Lá vem o viajante com seus passos incertos em busca do caminho certo. Apesar do prolongado período de chuvas, naquela manhã, o sol havia aparecido no céu mais quente que nos últimos dias de caminhada. Nesse ínterim, a sede e o cansaço já se faziam companheiros de jornada em busca do “nada”.
O caminho do viajante é quase sempre o mesmo, busca-se o todo, e quando o encontra, percebe que seria no início e não onde foi encontrado. Pois parte dele foi deixado pra traz ao longo do percurso, portanto, o nada é o todo que está faltando em suas partes.
O universo é incerto, os caminhos do viajante fazem parte desse universo, e se não fora, as calmas tardes de descanso a beira da estrada, as energias desfaleciam, e assim, seria impossível as caminhadas rumo a um futuro incerto. Aristóteles disse que o que o homem busca é apenas felicidade, porém, o que poderia satisfazer a necessidade humana de ser feliz? A caminhada, a ansiedade, o trabalho... a busca por si não conseguem propor o que procuramos, apenas nos mantém ocupados durante a jornada. E quando achamos que somos fortes, tudo foi em vão; tudo perece. A caminhada chegou ao fim. Mas do outro lado da vida: Lá vem o viajante a procura de tudo, eternamente descansando à sombra do jequitibá a beira da estrada.