Lá vem o viajante com seus passos incertos em busca do caminho certo. Apesar do prolongado período de chuvas, naquela manhã, o sol havia aparecido no céu mais quente que nos últimos dias de caminhada. Nesse ínterim, a sede e o cansaço já se faziam companheiros de jornada em busca do “nada”.
O caminho do viajante é quase sempre o mesmo, busca-se o todo, e quando o encontra, percebe que seria no início e não onde foi encontrado. Pois parte dele foi deixado pra traz ao longo do percurso, portanto, o nada é o todo que está faltando em suas partes.
O universo é incerto, os caminhos do viajante fazem parte desse universo, e se não fora, as calmas tardes de descanso a beira da estrada, as energias desfaleciam, e assim, seria impossível as caminhadas rumo a um futuro incerto. Aristóteles disse que o que o homem busca é apenas felicidade, porém, o que poderia satisfazer a necessidade humana de ser feliz? A caminhada, a ansiedade, o trabalho... a busca por si não conseguem propor o que procuramos, apenas nos mantém ocupados durante a jornada. E quando achamos que somos fortes, tudo foi em vão; tudo perece. A caminhada chegou ao fim. Mas do outro lado da vida: Lá vem o viajante a procura de tudo, eternamente descansando à sombra do jequitibá a beira da estrada.